Uma das hipoteses que circulam sobre o "massacre de Realengo" é que a "culpa" foi do bullying na infancia. Odeio hipoteses simplistas.
Primeira pergunta: é mesmo possível impedir crianças de zombarem das outras? É possivel extinguir o bullying? Segunda pergunta: é desejável?
Tenho um amigo que me disse. Não é possivel. Mas é desejável. Surge então a pergunta: vale a pena perder tempo desejando coisas impossiveis?
E outra: será que o psicopasta se forma ao ser "bulynado" ou ao não bulinar ele mesmo?
O fato é que todos foram bulynados na vida. A diferença é que alguns não bulynaram. O estranho,portanto, não é ser bulynado. O estranho é não bulynar.
Fica então a proposta: um movimento pela universalização e democratização do bulying! Todos tem que aprender a bulinar os outros.
Isso seria sair da logica de defender a pobre vítima infantil bulinada e ensiná-la a partir para o ataque. Ensiná-la a não acumular seu ódio e soltar logo essa energia.
Cidadania também é isso: dar poder a todo cidadão para "bulynar" a quem lhe "bulyna".
Sou a favor da "bulinação" ampla geral e irrestrita. Pois é melhor zombar que matar.
Um principio democratico inovador: "Todo cidadão tem o direito de "bulinar" a quem lhe incomoda e o dever de re-bulinar a quem lhe "bulina" ".
Uma disciplina escolar inovadora:"bulynação 1 e 2: como sofrer e como fazer".
Um livro autobiografico de cabeceira: "Coisas que aprendi ao ser bulynado".
Um livro de psicologia : "Bulynação e auto-conhecimento: voce é o que os outros enxergam de ti".
Um principio de existencia: Bulynadores, se voce não pode vence-los? Junte-se a eles!
Mas agora falando serio: não sou a favor de todo bulyng. So do bulyng com amor!!
Assim como o futebol serve para canalisar a disputa num ambiente ludico, aulas de teatro podem encaixar o bulyng (que é resultado de preconceito) num ambiente ludico.
Mas para isso não podemos ter preconceito com o preconceito. Não podemos odiar o bulyng, temos que ama-lo.
A melhor forma de reprimir um bulinador é bulina-lo com amor. É zombar dele com afeto. Mostrar o quaõ ridiculo é ser como ele é.
Não se faz isso levando o bulinador tão a serio. Não se faz isso reprimindo e deixando o preconceito escondido embaixo do tapete e condenando o bulying a viver escondido, fora do ambiente da escola, longe dos olhares vigilantes dos adultos. Temos que trazer o preconceito a luz. Revela-lo. E zombar dele.
Quem pode fazer isso bem é oficinas de teatro que não sejam caretinhas e sabiam tocar nas feridas sociais. Em especial, oficinas de palhaço.
terça-feira, 12 de abril de 2011
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Apoiadíssimo! até que enfim um texto perfeito sobre a questão! parabéns
ResponderExcluirMuito bom! :)
ResponderExcluirA minha irmã era bullynada desde que as outras crianças a viram pela primeira vez no jardim de infância e nós (outros irmãos) incentivávamos ela a entrar no outro time e sair dessa posição de vítima diária. Mas ela não conseguia, não conseguia de nenhum jeito. Depois de uns 10 anos ela era cheia de ráiva contra os outros e queria desistir da escola e uma série de problemas tinham sido desencadeados e choviam sugestões, críticas e até agora esse problema não se resolveu.
ResponderExcluirAssim a minha experiência com uma pessoa realmente até o pescoço nessa situação, mostrou claramente que nesses casos não vai adiantar querer que a pessoa seja e aja de forma oposta ao que ela é, que só piora.
Mas com pessoas como todos os outros, que são vítimas ocasionais, o seu pensamento é corretíssimo.
Não há vítimas ocasionais de bullying. A palavra, meio ridícula em português, se restringe aos casos de perseguição sistemática, como a sofrida pela irmã de Simon. Além disso, poucas crianças poderiam responder à altura: muitas são incapazes da violência necessária para agredir dia a dia, sem voltar atrás. Tampouco é verdade que a arte seja capaz de expurgar o sadismo infantil (ou adulto). Infelizmente, a crueldade recorrente não tem efeitos óbvios (não forma psicopatas, estamos de acordo), mas também não tem soluções evidentes. Ótimo seria se fosse possível dar vida ao trocadilho: que nos bulinássemos todos. Na prática, a coisa é bem distinta. Mesmo porque, quase sempre, o olhar vigilante dos adultos está um pouco fechado.
ResponderExcluirConcordo com o autor do post e acho que esse tla de bullying está virando moda, como tantas outras coisas que vemos por aí e que fazem todos se influenciarem. Não estou dizendo que pessoas podem ser humilhadas, nem zoadas, mas está todo mundo muito sensível, não se pode falar mais nada. Sabemos as crianças,por exemplo sempre fizeram e sempre farão brincadeiras com colegas, faz parte do desenvolvimento infantil e aí? A pessoa tem esse tipo de reação violenta acho que já apresenta algum distúrbio relacionado ao mesmo.
ResponderExcluirisso tbm nao pode ser desejavel !
ResponderExcluirpq o buliyng na maiorioa das vezes
(outras nao) e feito de forma covarde!
ou seja , o bulinador se aproveita
de um fato ou ocasiao para bulinar alguem
q nao esta plausivel de replica bulinica..
e pra falar a verdade acho o buliyng um vicio
inutil.. claro q muitas vezes eh ate saudavel ,
mas percebo q ambientes bulinosos tendem
a tornar-se num ciclo vicioso q leva a lugar nenhum!