terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MONOLOGO DA PESTE

Desde criança mamãe me dizia:
“Menino você é uma peste”
Na escola também, a professora gostosinha dizia:
˜Menino , você é uma peste”
Meus colegas, assépticos e hipocondríacos, viviam com medo de mim
“Sai para lá... Peste. Empestiado˜
Foi assim que a solidão foi corroendo meu peito. Afinal, eu sou peste, mas também sou filho de deus. Não aguentava mais ser excluído pelos colegas
Meus únicos amigos eram a morte, uma menina gótica meio gordinha e super depressiva.. E A Fome, uma outra maluca noiada que tinha um ideal de beleza absoluta e pregava a fome ampla geral e irrestrista.
Eramos a turma do fundão e nosso líder era o Senhor Guerra, um garoto megalomaníaco que queria conquistar o m undo.
Como vivíamos isolados e nao tínhamos muito o que fazer e precisávamos de algum motivo para viver começamos a ouvir as idéias do senhor guerra.
Ele ficava botando ideias malucas em nossa cabeça, ideias que colava para cada um de nos.
Para a morte ele dizia que a vida nao faz sentido. E que o melhor que podia fazer é matar os humanos
Para a Fome o Senhor Guerra era quase um nazista. Dizia que as pessoas sao muito imperfeitas e que temos que aperfeiçoar a espécie exterminando os quilinhos – e os gordinhos – excedentes. A fome vibrava em seu ideal de perfeição absoluta.
E para mim ele trabalhava com meu rancor. Eu que fui considerado uma peste a vida toda agora podia empestear a todos, contaminar a todos, foder a todos...
Fui aos poucos entrando nessa..
Fomos crescendo e ganhando estatura e convicção. Compramos cavalos para nos dar poder. Arrumamos uns instrumentos simbólicos
Começamos a planejar o nosso dia, o dia do apocalipse!

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