quinta-feira, 14 de maio de 2009

O porno e a auto-disciplina

Meu nome é doutor Canneta e hoje a noite vou estar na Gimenez para discutir uma menina que faz strip virtual.
Mas quero debater mesmo é sobre o público dela, o público de programação porno ou erótica
Começo com um depoimento: eu, dr. Canneta, já fui viciado em filme porno.

O louco é que está muito fácil. Na minha pré-adolescencia eu ficava com a tv ligada baixinho no quarto, para tentar ver uns peitinhos nacionais na Sala Especial. Lembro do primeiro dia que vi uma revista porno. Para meu azar a mulher tinha uma "buceta peluda" e me assustou. Não era a Claudia Ohana, era outra. Mas me assustou. Só muito mais tarde fui compreender a beleza peluda da Ohana.
Mas o principal é que era dificil e secreto.
E de repente, ao ficar mais velho, tudo ficou fácil.
Mesmo para jovens há sites com vídeos gratuitos e há mulheres lindas que trepam como loucas.
E você resolve rápido. Em 1 minuto já bateu punheta e gozou. Está pronto para voltar ao trabalho.
É simples e eficaz!
E, nessa área, eu nunca tive prisão de ventre.

Será isso bom?
Como lidar com a imensa oferta de sexualidade na internet?

O fato é que vicia.
Não é dos piores vicios. Mas não existe vicio bom.
Não é questão de moralismo, mas é necessário dizer: é um desperdicio gastar sua energia sexual em 30 segundos, excitado com o vídeo de uma americana que não sabe que você existe!
É melhor guardar!

Lembro da epóca que fui viciado : me dava preguiça só de pensar em paquerar mulheres. Afinal eu já tinha gasto todas minhas fichas na net. Ao perder a energia o passo seguinte é a depressão.

Hoje vejo quanto sexo construtivo deixei de ter para gastar as fichas com mulheres que até hoje naõ sabem que eu existo.

Não foi legal. Ao parar com o vicio estranhei no inicio. Tive sindrome de abstinência. Mas recuperei minha potencia vital.

O desafio da epóca atual é lidar com a liberdade! Conseguir ter a liberdade de acessar um vídeo porno gratuito e saber que não vai fazer isso.

É um baita desafio!! Que tento vencer diariamente.
Nos dias de hoje, com a imensa liberdade que temos, precisamos de cada vez mais auto disciplina.

Canneta

Hoje na Gimenez

Daqui a pouco vou ao programa da Luciana Gimenez.
O tema é uma menina que faz strip na web.
Vai ter um debate sobre isso!
Impressionante como é possível ter debate sobre qualquer assunto!

Mas vamos lá. Doutor Canneta é assim: intelectual a serviço do público! De três palavras chaves que discuto qualquer assunto!

Aí fiquei pensando na questão e no debate. Não sei como vai ser , nem vi a menina, nem sei quem vai, nem vi a pauta.
Se for debater a suposta imoralidade dela vai dar até preguiça. Afinal é um debate eterno e repetido.

Muito mais interessante será debater o que significa, para o cliente, consumir sexo virtual.

A grande questão é: é bom para o público? Vale a pena usar esses serviços??

Tomar que o debate vá por aí!

Newton Cannito

Juca de Oliveira - Nosso Swift

Ola gente
Tive o prazer de ir a estreia do espetáculo, Happy Hour, escrito e interpretado por Juca de Oliveira e dirigido pelo Jo Soares.
Vale a pena!
Juca é o grande satirista do Brasil no momento!
Ele é o nosso Swift!
(satirista ingles autor de Viagens de Guliver e Panfletos Satiricos).

O espetáculo é um Stand up do Juca.
As outras peças de Juca costumam construir uma estrutura dramática para expor suas idéias. São muito boas.
Mas é ótimo ver as ideias expostas sem a mediação da dramaturgia e do personagem.
É legal ver a inteligência do Juca efetiva sem mediações.

Happy Hour tem momentos antológicos, como a descrição da forma como a peruagem recém descoberta de Dona Marisa (nossa primeira dama)salvou o Brasil do Chavez. Vale ver para entender.
Mais geniais ainda são os momentos de humor negro.

Há uma cena digna de Swift que fala da importância das guerras e epidemias para o controle da população. E uma outra sobre bebês e verniz genérico.

É muito interessante ver a reação do público nesses momentos. Como era de se prever o público ria pouco e ria nervoso. Um crítico mais desavisado pode pensar que o público não gostou. Mas aposto quanto quiserem que são esses os trechos que mais transformam o público e fazem ele pensar na existência. Mesmo sem rir, o público sai da peça transformado. E é essa uma das funções da arte. E é isso que faz o público pensar e é sobre isso que ele comenta com os amigos nos dias seguintes.
Tive o prazer de trabalhar com o Juca em algumas situações, aonde aprendi muitas tecnicas de escrita. E aprendi também uma ética de autor.
Juca costuma dizer que um autor não pode puxar o saco do público.
Pois quem puxa o saco fracassa. O público pode até rir durante sua peça, mas irá te desprezar. Como todos nós desprezamos os puxa sacos de todas as áreas.

Por outro lado, o público respeita o artista que lhe provoca! E lhe faz pensar!
Juca, o Swift de nossa epóca, sabe muito bem disso. E esse é um dos motivos de seu permanente sucesso!

Tem gente que pensa que para fazer sucesso precisa se vender ao público. Juca mostra que o sucesso verdadeiro e continuado vem para quem tem coragem de provocar o público.

abraço
Newton Cannito